quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Poesia, sensibilidades, tretas e coisas que eu cá sei.

Hoje em dia vivemos na intolerância, no desamor, cheios de rancor e ódios de todo o género. Deixamos de ter energia para reagir, estamos frageis demais, fracos de animo e de coragem, vivemos em negação perante a indiferença e a diversidade, isso leva-me invariavelmente a refugiar-me na solidão, a procurar o igual em busca do conforto e segurança, rodeando-me de muros de medo, a ver o Mundo com pouca luz e sem lucidez que me cega a minha verdadeira realidade.
Fico só e desamparado ao ver o Mundo viver em posicionamentos fundamentalistas, intolerantes rodeada de preconceitos. Deprimente… mas eu faço quase sempre igual…
Martin Luther King, afirmou um dia.
“Ou aprendemos a viver como irmãos, ou vamos morrer juntos como idiotas”.
O vocabulário Português é riquissimo e nele existe uma palavra que infelizmente a grande maioria das vezes é desprezada ao ponto de quase perder o seu sentido que é BOM SENSO.
Sem o dito bom-senso não me é possivel viver com serenidade necessária para aceitar as coisas que não posso modificar, nem coragem para modificar aquelas que posso, muito menos ter a sabedoria para distinguir uma da outra, assim sendo normalmente perco de vista a minha obrigação responsável de ter uma vida saudável em sociedade.
Como posso eu sentir intensamente a minha verdade interior e fisicamente fazer na grande maioria das vezes, precisamente o contrário.
Que raio de desequilíbrio emocional é este, que me leva vezes sem conta a fazer aquilo que não quero nem desejo e o que quero e desejo raramente o faço?
Eu sei a resposta!
É devido à minha diminuta estrutura emocional e pessoal, porque não dizer a minha enorme cobardia. Por isso continuo a afirmar convicto que bem antes de termos um licenciamento com boa formação e óptimos conhecimentos técnicos, devíamos bem antes ter o licenciamento, com excelentes notas em formação pessoal ou seja sermos Humanos.
Ter um Licenciamento, um Mestrado ou mesmo um Doutoramento, não dá o direito seja lá a quem for de se considerar melhor Ser Humano, inevitavelmente que tem mais obrigações devido à sua formação, para o tentar ser, em responsabilidade.
Em Portugal queiram ou não fomos criados com princípios morais comuns a toda gente, sonhamos todos durante anos com a liberdade e a justiça social.
Pelas mãos dos nossos pais, professores, avós, tios, e vizinhos, percebi que a justiça estava ao serviço das vítimas e da comunidade.
Unicamente tínhamos medo do Papão, do homem do saco, de filmes de terror e da polícia política.
Hoje tememos a justiça, os pedófilos, os terroristas, os compadrios políticos, os fiscais das repartições de finanças, a justiça para gáudios processuais de advogados de luxo que garantem a defesa, mas evitam que ela se faça, temos um diálogo de tolerância para com os criminosos e deveres ilimitados para cidadãos pacíficos e honestos, amnistiamos os que devem ao fisco e suspeitamos permanentemente de que paga os impostos.
Bolas! Penso que até hoje não mudei de caminho, acho que mudei foi a maneira de nele andar…
Dizem que foi Deus, que criou os pássaros, a maldade humana inventou a gaiola.
Lamento dizê-lo mas é mesmo isso que eu e a grande maioria da população Mundial sente, por quem tem o poder, mas ele intoxica-nos com falsas promessas “mentiras” que perdemos a noção da realidade e lá vamos nós às molhadas apoia-los nas suas hipocrisias.
Eu sei há muito tempo, que:

É Impossível atravessar a Vida…
Sem que um trabalho saia mal feito,
Sem que uma amizade cause decepção,
Sem padecer com alguma doença,
Sem que um amor nos abandone,
Sem que ninguém da família morra,
Sem que nos enganemos num negócio.
Esse é o custo de viver.
O que é importante não é o que acontece, mas como se reage.
Cresce-se quando não se perde a esperança,
mas não se diminui a vontade, nem se perde a fé.
Quando se aceita a realidade e se tem orgulho de vivê-la.
Quando se aceita o destino, mas tem-se garra para mudá-lo.
Quando se aceita o que se deixa para trás,
construindo o que se tem pela frente e planeando o que está por vir.
Cresce-se quando se supera, se valoriza o que vai dar frutos.
Cresce-se quando se abre caminho,
se assimila experiências… e se semeiam raízes…
Cresce-se quando se impõe metas,
sem se importar com comentários de outros.
Cresce-se quando se é forte de carácter,
sustentando-se pela sua formação,
sensível por temperamento e humano por nascimento.
Cresce-se ajudando a seus semelhantes,
conhecendo-se a si mesmo e dando à vida mais do que se recebe.
E assim que se cresce…
Susana Carizza

Mas por vezes sinto um desejo enorme de abrir a janela do Mundo se é que ela alguma vez existiu e berrar bem para o alto: Tirem-me deste filme.
Digo isto porque!!!!

Por vezes ando cansado da vida.
Cansado de mim.
Cansado dos outros.
Não sei... às vezes com raiva de tudo e de todos.
Porquê isto?
Se a única coisa que quero é mesmo amar!
É que ando exausto, esgotado, até as minhas coisas me irritam.
De repente dá-me vontade de largar tudo:
O meu ideal, o meu amor, os meus compromissos…
Largar e fugir da vida,
Ah! Sim! Se eu pudesse fugir!
Fugir desta tristeza em que por vezes vivo.
Fugir desta angústia que me oprime,
desta incerteza que me fere,
desta canseira que me faz doer o corpo.
Contudo, sei que preciso de continuar a viver.
Pois, adoro-vos.
Amigos.


Cântico Negro

"Vem por aqui" - dizem-me alguns com olhos doces,
Estendendo-me os braços, e segurosDe que seria bom se eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui"!
Eu olho-os com olhos lassos,(Há, nos meus olhos, ironias e cansaços)
E cruzo os braços, E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre a minha mãe.
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde,
Por que me repetis: "vem por aqui"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós
Que me dareis machados, ferramentas, e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátrias, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios.
Eu tenho a minha Loucura!
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que me guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se levantou.É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou,
Sei que não vou por aí.
José Régio


Esvaziar o armário da vida:

Todos os anos, há um momento em que
olhamos nossos armários com um olhar crítico.

Olhamos aquelas roupas que não usamos há muito tempo.
Aquelas que tiramos do cabide de vez em
quando, vestimos, olhamo-nos no espelho,
confirmamos mais uma vez que não
gostamos e guardamos de novo no armário.

Por vezes tiramos alguma coisa e damos
a alguém, mas a maior parte fica lá,
guardada sabe-se lá porquê.

Um dia alguém me disse: tudo o que
não te serve mais e manténs
guardado, só te traz energias negativas.

Livra-te de tudo o que não usas
e verás como te fará bem.
Acontece que nosso guarda-roupa não é
o único lugar da vida onde guardamos
coisas que não nos servem para nada.
Tu tens um guarda-roupa desses no interior da mente.

Repara seriamente no que tens lá guardado
Experimenta fazer uma limpeza para esvaziar
aquilo que não te serve para nada.
Deita fora ideias, crenças, maneiras
de viver ou estar, experiências que não te
acrescentaram nada e te roubam energia

Faz uma limpeza nas amizades,
naqueles amigos cujos interesses não
têm mais nada a ver com os teus.
Aproveite e tira do teu "armário"
aquelas pessoas negativas, tóxicas,
sem entusiasmo, que tentam
arrastar-te para o fundo dos seus
próprios poços de tristezas,
ressentimentos, mágoas e sofrimento.

A insegurança dessas pessoas fá-las
procurar outras para lhes fazer
companhia, e lá vais tu na onda delas.
Junta-te a pessoas entusiasmadas que
te apoiem nos teus sonhos e projectos
pessoais e profissionais.

Não esperes o momento certo, ou mesmo
o fim do ano, para fazeres essa "limpeza interior".
Começa agora e experimente
aquele sentimento gostoso de liberdade.

Liberdade de não teres que guardar o que não te serve.
Liberdade de experimentar o desapego.
Liberdade de saber que mudei, que mudei
para melhor, e que só usas as coisas que
verdadeiramente te servem e te fazem bem.

Desejo-te Tempo!
Não te desejo um presente qualquer,
Desejo-te somente aquilo que a maioria não tem.
Desejo-te tempo, para te divertires e para sorrir;
Desejo-te tempo para que os obstáculos sejam sempre superados
E muitos sucessos comemorados.
Desejo-te tempo, para planear e realizar,
Não só para ti, mas também para os outros.
Desejo-te tempo, não para ter pressa e correr,
Desejo-te tempo para te encontrares,
Desejo-te tempo, não só para passar ou vê-lo no relógio,
Desejo-te tempo, para que fiques;
Tempo para te encantares e tempo para confiares em alguém.
Desejo-te tempo para tocares as estrelas,
E tempo para crescer e amadurecer.
Desejo-te tempo para aprender e acertar,
Tempo para recomeçar, se fracassares...
Desejo-te tempo também para poder voltar atrás e perdoar.
Desejo-te tempo, para ter novas esperanças e para amar.
Não faz mais sentido protelar.
Desejo-te tempo para ser feliz.
Para viver cada dia, cada hora como um presente.
Desejo-te tempo, tempo para a vida.
Desejo-te tempo. Muito TEMPO!

Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é possível, me ofereço como piloto de testes. Sou a Miss Imperfeita, muito prazer. A imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional, mãe, filha e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado, decido o cardápio das refeições, cuido dos filhos, marido (se tiver), telefono sempre para minha mãe, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e emails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos e ainda faço as unhas e depilação!
E, entre uma coisa e outra, leio livros.
Portanto, sou ocupada, mas não uma workholic.
Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres.
Primeiro: a dizer NÃO.
Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO. Culpa por nada, aliás.
Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero. Pois inclua na sua lista a Culpa Zero.
Quando você nasceu, nenhum profeta entrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros…
Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho.
Você não é Nossa Senhora.
Você é, humildemente, uma mulher.
E, se não aprender a delegar, a periodizar e a se divertir, bye-bye vida interessante. Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correcta, não é topar qualquer projecto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável. É ter tempo.
Tempo para fazer nada.
Tempo para fazer tudo.
Tempo para dançar sozinha na sala.
Tempo para bisbilhotar uma loja de discos.
Tempo para sumir dois dias com seu amor.
Três dias…
Cinco dias!
Tempo para uma massagem.
Tempo para ver a novela.
Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza.
Tempo para fazer um trabalho voluntário.
Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto.
Tempo para conhecer outras pessoas.
Voltar a estudar.
Para engravidar.
Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado.
Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir.
Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal.
Existir, a que será que se destina?
Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.
A mulher moderna anda muito antiga. Acredita que, se não for super, se não for mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada. Está tentar provar não-sei-quê para não-sei-quem.
Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si.
Se o trabalho é um pedação de sua vida, óptimo!
Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente.
Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e vir. Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela.
Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C.
Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente, está precisando rever seus valores.

E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousada rústica à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante'
Martha Medeiros - Jornalista e escritora

“Tempo para o essencial”

Passamos a vida à espera de ter tempo…
e o pior é que o tempo que esperamos,
é TEMPO PARA O ESSENCIAL…

Sim…
tempo para repensar a vida ou para rezar;
tempo para responder às cartas ou para visitar um doente;
tempo para dialogar problemas ou para ouvir os outros;
tempo para descansar ou programar calmamente o futuro…

Passamos a vida à espera de ter tempo
ou, então, a trabalhar afadigadamente para depois ter tempo.

Mas tanto nos viciamos nesta lufa-lufa
que das duas uma:
ou caímos de cansados
ou quando esse tempo vem
já não sabemos se não esgotá-lo na rotina que criámos.

O tempo não é inesgotável
e foi-nos dado para o ESSENCIAL…

É necessário começar por abrir nele,
no tempo que hoje nos é dado,
clareiras destinadas ao essencial,
porque o resto é que pode esperar…

Se colocamos esse ESSENCIAL
no horizonte longínquo dos nossos ideais,
corremos o risco dramático de não chegar a viver
e a nossa existência seria
UMA OPORTUNIDADE PERDIDA…
Carlos Paes

Momo

Desde já, quero dizer que, este homen de quem falo é um homem excepsional...
Sem comentários.